terça-feira, 5 de abril de 2011

Quebrando tabus.


Dear all,

Sou Keyla e minha primeira experiência como turora foi em 2008. Fui tutora da disciplina Ling 1B em Aracati a convite da professora conteudista. Esse primeiro contato com o ensino semi-presencial foi bastante positivo, a turma era boa, os alunos estavam começando o curso bem motivados. Fui encontrar problemas somente um pouco mais tarde, quando trabalhei com turmas mais antigas. Os alunos já estavam cheios de 'vícios' vindos de disciplinas anteriores, onde estavam acostumados a postar tarefas atrasadas sem motivo nenhum e pedir ao tutor para postar em área pública (isso já era mania entre os alunos). Até caso de plágio entre turmas eu encontrei! Eu não estava acostumada com aquilo, encontrei muitos alunos que não levavam o curso semi-presencial a sério, pensava nele como uma maneira facilitada de conseguir diploma de ensino superior. Eu tentei mostrar que a intenção não era essa, mas sim facilitar o acesso ao ensino superior, mas foi muito desmotivante para mim.

Acho que os maiores problemas com essa modalidade de ensino é exatamente o preconceito. Para uns não tem qualidade, para outros é mais fácil que o presencial. Para mim, muita coisa ainda tem que ser mudada, começando pelas mentalidades. Quando comecei o curso de formação de tutores eu não tinha muita fé no ensino a distância não. Mas depois de ver uma reportagem sobre como ele mudou a vida de pessoas que acreditavam que nunca teriam a chance de estudar definitivamente mudei minha maneira de pensar.

Claro que a EAD continua a buscar aperfeiçoamento. Ainda não sabemos usar as novas tecnologias e os nossos alunos do interior do Ceará, onde muitas vezes nem tem acesso a internet em casa ou nunca haviam usado o computador antes, muito menos! É preciso aprender a usar essas tecnologias, entender sua influência no ensino, mas é preciso também aprender a lidar com pessoas. Apanhei muito até perceber que não adianta dar aos alunos o que você acha que eles precisam, mas também é preciso ouvir o que eles tem a dizer. Os desafios são grandes, mas basta ter boa vontade e disposição. E não se isolar também, esse blog pode ajudar muito nisso. Desafios viram muros enormes e intransponíveis quando estamos sozinhos.

Abraços a todos!

4 comentários:

  1. Essa questão do plágio é bem séria e temos que, enquanto tutores, estarmos bem atentos. Muitos alunos 'abusam' dos recursos da Internet, como forma de poupar tempo e trabalho, e acabam deixando de desenvolver habilidades importantes para as suas formações.

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  2. Com certeza, Fran.
    Agora uma das posturas que eu tomo logo no primeiro encontro é discutir questões importantes como o tempo que eles tem que dedicar ao estudo, participação no fórum, que para muitos é só 'bater ponto', e plágio, entre outras. Tudo isso prejudica o aluno imensamente e o que faço é tentar conscientizá-lo que ele não aprende dessa forma, mas engana somente a si mesmo.

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  3. Pois é, esses cursos superiores a distância parecem ter surgido por desespero da sociedade "workahólica" atual, como se não precisasse de tempo para se dedicar a esses cursos, só porque não são presenciais (não 100%, pelo menos).
    Como a Keyla bem disse, essa mentalidade do "esse curso não deveria exigir atividades que demandem tempo, pois não tenho tempo para isso" precisa ser sempre derrubada pelos tutores de primeiro semestre. É um dos motivos pelos quais eu gosto de atuar em LING I-B.

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  4. Acontece que o modelo de educação que nós temos em nossas escolas não facilita a autonomia. Essa realidade precisa mudar. Enquanto professores temos descobrir estratégias nas quais ensinemos nossos alunos a aprender a aprender.

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