terça-feira, 31 de maio de 2011

Amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico

Acredito eu que não seja possível falar desses ele mentos separadamente, são elementos imbricados que levam o ser humano a agir de uma ou de outra forma. Porém, buscando tratar os assuntos de forma específica, eu diria que o amor acima de tudo deve existir por nossa profissão. Em todos os nossos fóruns e discussões, de alguma forma nós reclamamos e atentamos para as dificuldades de ser tutor, seja pelo pagamento que sai atrasado, seja pela mentalidade dos alunos, seja pela desorganização das coordenações de polo, enfim, muitos motivos que nos deixam down, mas em nenhum momento falamos em desistir. Isso para mim é amor, amor por uma profissão que é prestigiada por seu valor social e histórico, apesar de seus inúmeros empecilhos, é amor "porque é um ato de coragem, (...) é compromisso com os homens". Coragem de estar lá, não importa o que aconteça, e é compromisso de ensinar e aprender com todas as situações que são vivenciadas por nós.

E o que dizer da humildade? Não querendo desmerecer Paulo Freire, mas como meu pai fala, humildade não significa deixar que os outros pisem em nós, mas significa não achar que temos o direito de pisar em alguém, ou seja, significa pensar que somos imperfeitos e que não sabemos de tudo, e que por isso aprendemos sim com nossos alunos. Acredito que todos os dias da vida de tutoria nos dão uma oportunidade de praticar a humildade, seja como professor aprendendo com o aluno, e como aluno aceitando que um professor possa nos ensinar. É a humildade que nos faz aceitar uma crítica ou ver nela o lado positivo, que pode vir numa mensagem, numa resposta de fórum, num feedback de portfólio...lembrando, tanto do tutor quanto do aluno.

Já a fé, que não se explica mas se sente, é o que faz valer a esperança. É algo que não se vê, que não é óbvio, mas sabemos que está lá. Temos fé nos nossos alunos, de que de uma maneira ou de outra, ele vai entender que o que todos nós estamos fazendo é algo muito bom, é algo que vai gerar crescimento, acréscimo. Temos fé e esperança de que o ensino a distância vai atingir um número maior de pessoas QUALITATIVAMENTE; temos fé e esperança de que o aluno que estamos formando hoje será um professor melhor amanhã, e de que esse professor formará melhores alunos, e de que esses alunos também serão melhores profissionais...e por aí vai. Faz parte de todo esse processo, ser pensador crítico. 

No geral, as pessoas pensam que criticar é achar defeito em tudo, na verdade criticar ou pensar criticamente é achar sempre uma forma de melhorar algo, não baseados no "achismo", mas fundamentados teórica e experiencialmente. Como pensar criticamente o ensino a distância? Como pensar criticamente nossas ações como tutores? Como pensar criticamente nosso aluno e tudo o que o rodeia? Como fazer o aluno pensar criticamente? São questões que tenho fé e esperança de que serão resolvidas. 

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Aff - Negócio trabalhoso



Olá meus queridos colegas, embora ache que seja se repetir, afinal de contas já discutimos tudo isso nos fóruns, aqui vou eu fazendo meus comentários, digo comentários pois creio que análises já estão suficientemente colocadas no solar.

Análise de Fórum

Bem-me-quer, mal-me-quer, será
que meu tutor lembra de mim?

Onde está o tutor dessa turma? Me parece que ele não estava muito afi
m de aparecer além do mais a formatação não ajudou muito, não se sabe onde co
meça nem onde termina o texto. Me parece também que os alunos fugiram um pouco do ass
unto propo
sto e o tutor não me pareceu fazer esforços para retomá-lo, como também não mediou de modo a ampliar conteúdos e discussões relativas ao assunto.




Analisando uma situação de
bate-papo

A sensação que tive ao observar esse bate-papo foi a de que o aluno não tinha muita oportunidade de falar, na verdade, parece que não houve muito diálogo. Não há cortesia entre os participantes do papo. O professor não dá muita oportunidade para a aluna participar, ele fica sempre chamando a atenção, seja por meio
de palavras, como VEJA, ATENÇÃO, excesso de pontuação (???). Espero que eu não esteja atualizando essa prática em meus chats. Se o estiver fazendo, espero que meus alunos sim gritem comigo dizendo: PROFESSOR!!! DEIXA EU
FALAR!!!



VIDA DE PROFESSOR

Gostaria de convidar a professora Vanessa, pra ir à praia, tomar um bronzeado, beber uma água de coco, comer uma casquinha de caranguejo, se
enterrar na areia, mas como se no único dia que tenho de folga, preciso dormir um
as duas horas a mais, corrigir ou elab
orar provas, mediar bate-papo? Durante a semana, acordo às 6 da manhã, p
ego o ônibus e vou pra escola do estado, no intervalo do almoço, tento dar feedback no solar, ou fazer outras coisas (pagar contas, fazer compras ...) de moto-taxi, se não não dá tempo de voltar para o exped
iente da tarde que começa às 13:10, depois do expediente da tarde, vou para o curso de idiomas onde trabalho à noite para o terceiro expediente, nesse curso trabalho na produção de material didático (q
uando não tenho que me deslocar para outras cidades para dar aula pela UAB), chego em casa às 22h, tomo
banho, e entro no solar para ver como andam as
discussões do fórum, ou uso o computador para digitar os trabalhos da especialização que faço aos sábados, ou para participar do curso de formação continuada de tutores. Não creio que essa seja uma rotina muito saudável, mas infelizmente temos muitas vezes trabalhar THIS MUCH para termos o mínimo de conforto (se é que isso pode ser chamado de conforto). Tenho que me planejar para levar uma vida mais saudável e convido a vocês para fazerem o mesmo.


Análise de portfólio

Esta talvez seja um dos assuntos mais delicados do nosso trabalho como tutor, quero dizer, não podemos incorrer na injustiça, muitas vezes somos nos os primeiros a nos atrasar, não enviamos feedback do portfólio em dia, não somos tão presentes como deveríamos, então cada caso precisa ser analisado com carinho. Por outro lado, será que aumentar prazos ajuda nossos alunos a se tornarem mais responsáveis e autônomos. No caso apresentado na aula, vemos que a aluna é bastante participativa, de acordo com o que ela mesma disse, logo temos aí duas possibilidades de resposta, sendo participativa como ela diz, ela não terá problemas com relação a notas, outra possibilidade é que há a possibilidade de olhar de forma mais condescendente para essa aluna, nem que seja somente uma vez.

Análise de fórum 2


Temos duas interações de fóruns, na primeira somente vemos a participação de dois alunos, não houve a participação do tutor.

Creio que o fórum é na verdade a aula acontecendo, se levarmos em consideração que uma aula exige discussões entre os participantes por tornar essa prática mais dialógica. No caso que estamos estudando o diálogo existe pois um aluno retoma a idéia do outro e a explora numa perspectiva diferente. Contudo os traços que mostraria um certa, digamos, cordialidade entre os participantes, não existem, quero dizer, embora o aluno B tenha postado como resposta ao aluno A, seu texto não apresenta marcas de endereçamento ao colega. Considero essas marcas discursivas essenciasi na construção de uma conversa.

No segundo vemos também aí a possibilidade de o tutor ter permitido uma interação mais apropriada por parte dos alunos, se colocando inclusive como aquele que tem dúvidas. Essa postura é bastante interessante para forma um aluno que constrói com os outros a aprendizagem coletiva.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Análise de fórum_buracos negros


Propostas de fóruns com discussões bem específicas tendem a gerar respostas repetitivas. A fim de minimizar isto, alguns alunos recorrem a outras fontes, mas não se preocupam em parafrasear as informações. Assim, há cópias na íntegra, não havendo, inclusive, sequer uma reflexão sobre o assunto proposto. Por exemplo, na primeira situação proposta para a discussão do fórum sobre buracos negros, o segundo aluno simplesmente apresenta uma informação sobre o assunto que parece ser copiada literalmente de alguma fonte. Não há a preocupação de referenciar, ou seja, de informar de onde foi tirado, assumindo assim a autoria do que foi dito.


Apesar da minha pouca familiaridade com a área de física, percebi que no fórum 2, o aluno apresenta uma descrição de uma situação específica. Por outro lado, a resposta do tutor de certa forma ignora o que foi dito, uma vez que ele faz outro questionamento bem pontual, que por sua vez é respondido também de forma pontual. Nesse caso, o tutor poderia ter comentado o que o aluno apresentou e em seguida ter feito o questionamento. O mediador, ainda, não teve cuidado com a pontuação do que escreveu (professores de Letras não perdoam mesmo, rsrsrs). O cuidado com a escrita é algo que devemos ter, uma vez que as informações ficam armazenadas no ambiente.



Sugerir discussões e desdobramentos de forma gradual minimizam a limitação de fóruns cujo conteúdo é muito restrito. Portanto, o planejamento de um fórum, assim como o de qualquer outra ferramenta, é fundamental para que ele ocorra de forma satisfatóra. Entretanto, se os principais elementos da colaboração (tutor/alunos) não tiverem o espírito colaborativo, não haverá um trabalho satisfatório com esta ferramenta.









O atraso do atraso



Trabalhos atrasados, desculpas diversas e plágio são apenas alguns dos problemas enfrentados por um tutor durante uma disciplina em EAD. A situação vivida por Leonardo é bem comum, apesar da nossa ênfase no cumprimento dos prazos feita durante os encontros presenciais e nas interações online. Sabemos que cada caso merece ser bem avaliado, mas alguns alunos se utilizam dos aspectos assíncrono e virtual do ambiente para justificar suas ausências. A partir das recorrências, o tutor vem desenvolvendo critérios para esses casos específicos e construíndo sua metodologia de trabalho em ambiente virtual.






Vanessa

A rotina de Vanessa não é muito diferente do dia-a-dia de muitos professores. Eu, apesar de não ter filhos, tenho o meu dia bem ocupado. Atualmente, além dos compromissos profissionais presencias (rede pública e privada) e online (no momento finalizo uma disciplina), estou às voltas com os ajustes finais da minha dissertação de mestrado (já defendi, mas ainda há algumas alterações a serem feitas), faço curso de alemão, participo deste curso e de outra formação online pela SEFOR. Os finais de semana são na mairia das vezes comprometidos, assim como feriados. Muitas vezes sinto um cansaço físico e mental enormes, confesso, mas ao mesmo tempo uma enorme satisfação.
Hi everyone!

Eu me identifico bastante com a Vanessa. Só não tenho marido e filhos, mas tenho casa para cuidar, limpo, cozinho, lavo, e etc.

Minha rotina é bem cheia, trabalho na UERN, ministro 4 disciplinas, oriento 5 alunos na prática de ensino e uma monografia. Estou escrevendo minha dissertação de mestrado e fazendo esse curso.

Também faço parte da Comunidade Católica Shalom, onde sou responsável por um grupo de oração. Isso requer de mim tempo, pois preciso, além de participar das reuniões, preparar formações, e, com menor frequência, planejar e participar de dias de lazer e retiros. Apesar de ser também uma atividade que exige muita responsabilidade (a meu ver até mais que o trabalho e os estudos), não sinto como algo que realmente me cansa (só fisicamente). Isso porque sem a minha vida de intimidade com Deus e o serviço acho que todo o resto das minhas atividades, além de perder o sentido, desmoronaria!!!

Durante a semana normalmente durmo pouco, acordo cedo, deito tarde, aproveito madrugadas sempre que preciso. Nos finais de semana tento descansar, ver um filme, sair com amigos.

Como a Vanessa, eu também aproveito qualquer tempo 'livre'. Ontem mesmo corrigia provas durante a reunião do DLE. Vantagem de ser mulher: conseguir fazer mil coisas ao mesmo tempo!!!

Mantenho uma agenda para anotar compromissos, senão eu esqueço MESMO!!! Isso não era comum antes, acho que quanto mais coisa na cabeça, menos espaço sobra, né?

Confesso que me sobrecarrego um pouco, pois não gosto de perder oportunidades, sempre que aparece um curso ou um trabalho novo para mim, desafiador, gosto de aproveitar. Minha mãe costuma dizer que eu quero 'abraçar o mundo com as pernas'. Eu respondo: 'com os braços também.' rsrsrsrs

Abs,

Fórum

No fórum sobre buracos negros percebi que não houve interação entre os alunos. Acredito que neste fórum, o tutor poderia facilitar a interação entre os alunos solicitando que eles comentassem determinado ponto que eles acharam interessante no resumo do colega.
No fórum sobre capacitores, eu achei a linguagem do tutor muito ríspida, parece que ele não deu atenção a resposta do aluno. Mesmo que o aluno tenha respondido algo fora do contexto, acredito que o tutor poderia ter feito um breve comentário antes de fazer o questionamento.

Atividades atrasadas

O caso do tutor Leonardo é uma situação bem comum. Visando diminuir a entrega das atividades atrasadas, eu oriento os alunos no encontro presencial sobre as atividades que eles realizarão durante a disciplina e a necessidade de postar as atividades em dia. Quando algum aluno entrega atividades atrasadas, eu analiso a justificativa e o histórico do aluno para decidir se aceitarei ou não a atividade. Nestes casos, eu estipulo uma nova data para a entrega da atividade, normalmente dois ou três dias após o prazo inicial. Porém, da mesma forma que exijo pontualidade na entrega das atividades, eu também procuro fazer as correções das atividades dos alunos tão breve possível. Sempre corrijo as atividades de uma lição antes do término da lição seguinte. De que adianta exigir pontualidade na entrega dos portfólios dos alunos, se eu não forneço feedback em tempo hábil para que o aluno não repita os mesmo erros em atividades seguintes?

Sobre o cotidiano da Vanessa...

Oi, pessoal!
Fiquei assustada com a quantidade de tarefas que a Vanessa realiza durante a semana. Ela praticamente não descansa, chegando a fazer mais de uma atividade ao mesmo tempo, como participar da reunião e corrigir as provas. Semelhante a rotina dela, eu tenho o hábito de estudar de madrugada. Sempre tive este hábito, desde a adolescência, mas diferente da Vanessa, eu não fico acordada a noite toda juntando com a madrugada. Geralmente, eu durmo cedo, por volta das 21:00, e acordo às 03:00. Acho que eu consigo produzir melhor de madrugada.
Embora os momentos de lazer não estejam inseridos na agenda da Vanessa, eu acho importante ter um momento na semana para descansar, nem que seja para assistir um filme em casa.

domingo, 22 de maio de 2011

Professores ou Marionetes?

Trabalhos atrasados é o verdadeiro pesadelo dos tutores, se alguma vez aquilo já aconteceu comigo, N vezes. O pior é quando o aluno se sente a vontade o suficiente para sugerir o que deve ser corrigido, como foi o caso que aconteceu comigo recentemente.

Não devemos aceitar um trabalho em condições similares às presentes na aula, caso contrário não será mais necessária a nossa participação nesse processo de ensino e aprendizagem e se somos pagos para estar onde estamos devemos fazer valer a nossa autoridade.

O fabuloso destino de Vanessa Poulain


Lendo o dia a dia da pobre personagem Vanessa não pude deixar de me lembrar da obra cinematográfica O fabuloso destino de Amélie Poulain. Uma das personagens que entram na vida da solitária Amelie tem a responsabilidade de carregar um pequeno anão de jardim a cada canto do mundo, como se a estátua pudesse viver pelo personagem do pai da protagonista. Uma bela metáfora da vida e suas possibilidades, e por falar em possibilidade, isso não falta a Vanessa nem a sua agenda. O que se passa com milhares de nós, tutores, esposas, maridos, pais, filhos, síndicos entre outras funções sociais também se passa com a nossa personagem, mas que de uma maneira fabulosa consegue conciliar tudo sem titubear. No nosso caso, meros mortais que têm trânsito e imprevistos de todos os tipos, não há como fazer tudo, não há como ter a agenda de Vanessa, por mais que a nossa se assemelhe e muito. Pois bem, no nosso caso, assim como o pai de Amélie, temos que fazer uso dos anões de jardim se quisermos dar conta de tudo, mas será que uma estátua dá conta de corrigir provas? Tirar dúvidas dos alunos? Fazer uma tese?...Parece que a Vanessa (estátua) dá.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Buraco negro + Intervenção de professor

Embora a discussão em fóruns sejam normalmente feitas por especialistas nos assuntos em pauta, notamos uma linguagem difícil de entendimento do primeiro aluno. Não anulando sua participação, cremos que talvez ele devesse se preocupar um pouco com participantes não tão esclarecidos como ele no assunto que poderiam absorver melhor sua opinião se estivesse esposta de uma maneira mais clara, não deixando de se utilizar do vocabulário específico da área.

Com relação a intervenção do professor na discussão/opinião de alunos, não encontramos muita coerência entre o que foi exposto pelo primeiro aluno e a pergunta do tutor que deveria levar o aluno a refletir sobre sua resposta, revendo seus conceitos se necessário.
Júlio César

O elástico arrebentou!

Creio que todos nós tutores já passamos por pedido de prorrogação na entrega das atividades. Não há como negar que alugmas disciplinas trazem muito material para ser lido e pouco tempo (1 semana) para postagens de atividades - às vezes mais de um tipo. Porém não estaremos aqui defendendo uma política "abaixo à elasticidade de prazos", estaremos sim nos colocando no problema do Leonardo.

Pontualmente nesse caso não teria outra resposta a dar ao participante que não fosse: infelizmente sua atividade não será aceita. Na minha cabeça a explicação é simples como uma solução matemática. Um participante que até esse momento, próximo ao final da disciplina, só participou com uma postagem e pede para uma segunda atividade ser aceita uma semana depois de terminar o prazo inicial, deixa claro que por qualquer motivo não está apta a prosseguir com a disciplina pelo simples fato de que a mesma não foi explorada como devia. Há também o fato de termos que deixar claro para o aluno que nossa organização depende também da organização dele. Como tenho consciência de minhas responsabilidades e respeito o prazo de entrega de notas e fechamento da disciplina para que não haja problemas na matrícula do semestre posterior, conto com a participação de todos nessa empreitada.

PS: Em caso de doença acho que devemos até abonarmos as faltas, porém sabemos claramente que o aprendizado fica comprometido de qualquer maneira pela não participação efetiva da disciplina.

PS 2: Caso o pedido de prorrogação tivesse sido feito no dia limite de entrega e a postagem de 1 a 3 dias depois, a análise também seria simples como 1+1=2. Lógico que seria completamente acatado, porque imprevistos acontecem, todavia veríamos o interesse do aluno em acompanhar a disciplina.
Júlio César

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Somos todos Vanessa?

Não há como negar que Vanessa se parece muito comigo por ter muitas atividades para desenvolver durante o dia. Administrar casa, trabalhar em 3 locais diferentes (IFCE, EAD-UFC, Projeto Mulheres Mil) e ainda tentar escrever uma dissertação não é fácil para ninguém. Ufa! É realmente cansativo, mas ainda bem que temos algo (ou muito) para fazer,pois estamos vivos e produtivos!!!!!!!!
Júlio César

domingo, 15 de maio de 2011

Vanessa ou Leonardo?

Bom, identifico-me com ambos os casos, pois sempre tive uma vida meio corrida (mas não tão IRREAL quanto a de Vannesa) e também me deparo (acho que todos nós) com os casos da aluna do Leonardo.

Quando assumi a tutoria na UFC, já estava com uma carga de trabalho bastante reduzida - quase que só me dedicando ao mestrado - visto que já tinha saído das outras duas IES onde lecionava, e encerrado a formação de uma consultoria em EaD. E acredito que se não fosse assim, não assumiria a segunda disciplina - POIS NÃO IRIA DESENVOLVER UM BOM TRABALHO. Quero dizer com isso QUE NÃO ACREDITO QUE VANESSA (ou qualquer outro que viva nessa situação) CONSIGA SER UMA "BOA" TUTORA. Os motivos já foram bem descrito por mim no fórum referente a essa situação (cf. Aula 02 no Solar).

Já a posição do Leonardo é um tanto quanto - e precisa sê-lo - "passional"; aqui utilizo-me do termo "paixão" mesmo. É necessário analisar casos e casos, claro. Mas geralmente, e mesmo sabendo que somos "interpelados" para não aceitar postagens fora do prazo, a relação que eu estabeleço com a turma me faz aceitar alguns (muitos) casos, sim. Porém aqueles onde percebo a falta de participação ou interesse d@ cursista, definitivamente recuso. E deixo isso claro via e-mail coletivo, PARA QUE NÃO APENAS EL@ SAIBA, MAS TODOS OS COLEGAS, assim a turma se forma numa perspectiva "colaborativa". Se por um lado, alguns mais "humanistas" (no sentido filosófico/psicológico) podem argumentar que isso expõe a pessoa, chegando até a uma forma de ridicularização, por outro lado, traz a consciência de que sua atitude não está convencendo o tutor e que el@ e seus colegas estão sendo tratados segundo o direito de justiça: tratar os diferentes de maneira diferente. Ou seja, dar possibilidades aos que estão "em harmonia" e fazer os que não estão terem a possibilidade da escolha de "entrar no jogo" (wittgensteinianamente falando) ou então perceber que deve tomar outro ruma na vida - pois talvez aquele não seja o que lhe faz bem. Ao pensarmos assim, devemos entender que as experiências individuais devem ser levadas em consideração nas escolhas que fazemos. E isso não significa diminuir uns e elevar outros, mas permitir que o ser humano possa desenvolver sua auto-estima.

Finalizando com uma metáfora, para que insistir em ensinar alguém a nadar, se, talvez, for melhor para esta pessoa ficar tomando sol na praia? Agora, devemos estar bem conscientes do que teremos em retorno do fato do exercício da natação em relação à exposição aos raios de sol. (Vejam que não estou me referindo aqui às questões de que uma atividade seja superior à outra, mas simplesmente ao fato de como essas duas atividades interagem numa sociedade (CAPITALISTA E FRAGMENTADORA) como a nossa.

Abs virtuais!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

‘Mãe, doutoranda, professora², consultora, tutora’: that’s too much!!!


"Vanessa é mãe de dois filhos, faz doutorado, trabalha em uma universidade pública como professora substituta, em uma Faculdade particular, ministrando três disciplinas, faz consultoria a uma editora e é tutora de um curso semipresencial. Observe dois dias de sua agenda. Você se identificou com alguma parte do dia da Vanessa?" (Solar UFC, 2011)

Já no título desta postagem, deixo evidente o meu pensamento a respeito do cotidiano da Vanessa. Certamente, o que ela se propõe a fazer é muita coisa para poder dar conta de tudo satisfatoriamente. Vejamos:

As demandas com o doutorado são tantas (créditos a serem cursados em disciplinas presenciais, qualificações, realização de pesquisa, escrita de tese, participação em eventos acadêmicos, publicações), que os órgãos de fomentação de pesquisa oportunizam a alguns/muitos doutorandos bolsas de estudo. Alguns desses órgãos proíbem o acúmulo de rendimentos, o que impossibilita, automaticamente, o acúmulo de trabalho e de responsabilidades;

Ser professora substituta em uma universidade pública significa assumir 3 (20h/a) a 5 (40h/a) turmas, em regime presencial. Além do tempo em sala de aula, precisamos pensar sobre o tempo em planejamento e correção de trabalhos e provas de alunos; Ser professora em Faculdade particular aumenta o trabalho já previsto na atuação em universidade pública; Ser tutora em curso presencial aumenta o trabalho já previsto com as 2 funções de professora assumidas na universidade e na Faculdade;

Não farei comentários acerca do que significa ser mãe e ser consultora e suas respectivas funções, que podem ser somadas às atividades descritas anteriormente, pois o texto poderia ficar muito longo e cansativo (se já não estiver), e por acreditar que já levantei argumentos suficientes para demonstrar que o que Vanessa faz é demais, de modo a poder ter a qualidade de seu trabalho comprometida.

Respondendo à pergunta, embora eu possa me identificar com alguma parte do dia da Vanessa (“fazer compras...”; “pagar contas...”; “reunião...”; “corrigir...”; “leitura...”; “terminar projeto... corrigir...”; “aula...”; “ler emails”; “entrar no ambiente virtual...”; “aula na pós...”; “entregar artigo...”; “preparar slides...”; etc.), uma vez que moro sozinho em Fortaleza, sou doutorando, atuo como tutor, oriento monografias de especialização e, às vezes, ministro aulas na especialização, tento não acumular muitas funções, de modo a não comprometer a qualidade do que faço e não precisar tentar dar conta de 2 atividades ao mesmo tempo, conforme ilustrado na agenda da Vanessa: “fazer compras... DURANTE as compras...”; “reunião... DURANTE a reunião...”; “aula na pós... DURANTE:...”; “almoçar e visitar... DURANTE:...”.


Fonte da imagem: Curso de Formação Continuada de Tutores, Solar UFC, 2011.