segunda-feira, 2 de maio de 2011

‘Mãe, doutoranda, professora², consultora, tutora’: that’s too much!!!


"Vanessa é mãe de dois filhos, faz doutorado, trabalha em uma universidade pública como professora substituta, em uma Faculdade particular, ministrando três disciplinas, faz consultoria a uma editora e é tutora de um curso semipresencial. Observe dois dias de sua agenda. Você se identificou com alguma parte do dia da Vanessa?" (Solar UFC, 2011)

Já no título desta postagem, deixo evidente o meu pensamento a respeito do cotidiano da Vanessa. Certamente, o que ela se propõe a fazer é muita coisa para poder dar conta de tudo satisfatoriamente. Vejamos:

As demandas com o doutorado são tantas (créditos a serem cursados em disciplinas presenciais, qualificações, realização de pesquisa, escrita de tese, participação em eventos acadêmicos, publicações), que os órgãos de fomentação de pesquisa oportunizam a alguns/muitos doutorandos bolsas de estudo. Alguns desses órgãos proíbem o acúmulo de rendimentos, o que impossibilita, automaticamente, o acúmulo de trabalho e de responsabilidades;

Ser professora substituta em uma universidade pública significa assumir 3 (20h/a) a 5 (40h/a) turmas, em regime presencial. Além do tempo em sala de aula, precisamos pensar sobre o tempo em planejamento e correção de trabalhos e provas de alunos; Ser professora em Faculdade particular aumenta o trabalho já previsto na atuação em universidade pública; Ser tutora em curso presencial aumenta o trabalho já previsto com as 2 funções de professora assumidas na universidade e na Faculdade;

Não farei comentários acerca do que significa ser mãe e ser consultora e suas respectivas funções, que podem ser somadas às atividades descritas anteriormente, pois o texto poderia ficar muito longo e cansativo (se já não estiver), e por acreditar que já levantei argumentos suficientes para demonstrar que o que Vanessa faz é demais, de modo a poder ter a qualidade de seu trabalho comprometida.

Respondendo à pergunta, embora eu possa me identificar com alguma parte do dia da Vanessa (“fazer compras...”; “pagar contas...”; “reunião...”; “corrigir...”; “leitura...”; “terminar projeto... corrigir...”; “aula...”; “ler emails”; “entrar no ambiente virtual...”; “aula na pós...”; “entregar artigo...”; “preparar slides...”; etc.), uma vez que moro sozinho em Fortaleza, sou doutorando, atuo como tutor, oriento monografias de especialização e, às vezes, ministro aulas na especialização, tento não acumular muitas funções, de modo a não comprometer a qualidade do que faço e não precisar tentar dar conta de 2 atividades ao mesmo tempo, conforme ilustrado na agenda da Vanessa: “fazer compras... DURANTE as compras...”; “reunião... DURANTE a reunião...”; “aula na pós... DURANTE:...”; “almoçar e visitar... DURANTE:...”.


Fonte da imagem: Curso de Formação Continuada de Tutores, Solar UFC, 2011.

Um comentário:

  1. É verdade, Samuel. Recentemente assisti a um vídeo sobre neurociências do aprendizado e em um trecho havia a explicação de que o nosso cérebro não consegue dispensar atenção a duas coisas ao mesmo tempo, nós conseguimos, no máximo, alternar a atenção entre duas coisas. Isso implica que: ou bem fazemos uma coisa ou bem fazemos outra. Dessa forma,como você explicou, o rendimento das duas atividades fica comprometido.

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